terça-feira, 26 de julho de 2011

Diário de um torturador de bruxas na Idade Média ( Parte III)





30 e Outubro.
Depois de realizada a tarefa, eu precisava receber os meus ganhos, que totalizavam 100 shillings. O Magistrado se recusou a pagar-me devido ao fato de que fui incapaz de achar nenhuma marca no corpo daquela pobre garota. Soube que, pelas costas, ele me acusou de ter sido relapso. NEMO ME IMPUNE LACESSIT (ninguém me ataca impunemente!). Na tentativa de infundir-lhe o terror da denúncia, informei-o que o meu superior iria entrar em contato com o seu superior para que resolvêssemos tal pendenga de maneira civilizada.

Como o Magistrado era deveras um homem culto, terminei a minha prediga com a esta máxima latina: IUCUNDA MACULA EST EX INIMICI SANGUINE (o sangue do inimigo não passa de uma mancha agradável aos olhos). Quando o Magistrado percebeu que eu não desistiria dos meus honorários, ordenou a um servo que me entregasse 150 shillings e uma garrafa com o seu vinho mais fino, para compensar os meus aborrecimentos. Dei-me por satisfeito com o pagamento, mesmo depois dele ter feito de tudo para manchar o meu nome. Informei ao servo que o pagamento estava quitado e mandei os meus cumprimentos ao seu Mestre. Penso que agora é hora de retornar a Lodres e usufruir a companhia de um jovem rapaz, claro, pagando uma ninharia.

Parte do texto referente ao diário traduzido de: Diary of a Witch Pricker.

*Quando uma linda mulher despertava o desejo sexual nos seus algozes, dizia-se que o próprio Satanás, inquilino daquele corpo, induzira-os a tal ato, o que de certa forma os absolvia do pecado.



Fonte: Historien

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